quinta-feira

43,9% dos alunos do 3º ano não compreendem o que leem

Num grupo de cem alunos do 3º ano do ensino fundamental, 43 deles -- praticamente 44 -- não são capazes de entender um texto que estejam lendo. Nessa etapa de ensino, os estudantes deveriam ser capazes de identificar os temas de uma narrativa, localizar informações explícitas, identificar características de personagens em textos como lendas, contos, fábulas e histórias em quadrinhos e perceber relações de causa e efeito nesses textos.

Os resultados da Prova ABC (Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização), que avalia a qualidade da alfabetização das crianças que concluíram o 3º ano (2ª série), demonstram que apenas 56,1% dos alunos aprenderam o que era esperado em leitura para este nível do ensino, e 42,8% em matemática, com grande variação entre as regiões do país e as redes de ensino (pública e privada).

A Prova ABC foi promovida por uma parceria entre o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), a Fundação Cesgranrio, o Instituto Paulo Montenegro/Ibope e o movimento Todos Pela Educação. Os dados foram divulgados na manhã desta quinta-feira (25).

Escola pública vai mal
Se forem comparados os dados da escola pública e privada, a primeira tem um desempenho muito inferior. Na rede dos governos municipal e estadual, apenas 48,6% dos alunos alcançam os níveis considerados esperados para o 3º ano do fundamental. Ou seja, mais da metade (51,4 %) dos estudantes não sabe tirar o tema de um texto que leia.

O Nordeste é a região com o pior desempenho -- 63,5% dos alunos da rede pública têm conhecimento abaixo do esperado. A região Norte também puxa a média nacional para baixom, com 60,% de desempenho inferior ao esperado.

Nas instituições particulares, o percentual nacional de alunos que não aprenderam o "básico" é de 21%. Mas as diferenças regionais também aparecem na rede privada com Norte (30,6%) e Nordeste (38,9%) apresentando os piores desempenhos.

Escala Saeb
O desempenho médio dos alunos que fizeram a prova de leitura foi de 185,8 pontos na escala que vai de 100 a 375. O nível considerado adequado é 175. A escala utilizada foi do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica).

Ficam acima da média nacional as regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste com, respectivamente, 197,9; 193,6 e 196,5 pontos; e, abaixo da média nacional, as regiões Norte e Nordeste com, respectivamente, 172,8 e 167,4 pontos.

Os resultados também variam em relação à rede, pública ou privada. Enquanto os alunos da rede privada atingiram, na média nacional, 216,7 pontos em leitura, os da rede pública ficaram em 175,8 pontos.

sexta-feira

Unicamp lidera discussões no Brasil sobre novo código de catalogação

Para Oscar Eliel, do SBU, fórum abre discussões para implementação dessa nova norma em âmbito nacional[8/9/2011] As tecnologias digitais, como os e-books, bibliotecas digitais, a Web 2.0 e 3.0, entre outras, influenciaram o aparecimento de uma moderna norma de catalogação bibliográfica baseada em nova estrutura teórica e projetada exclusivamente para o ambiente digital. O novo código RDA (Recursos: Descrição e Acesso, na tradução da sigla para o português) promete mudanças significativas no cenário da catalogação internacional, afirmou Oscar Eliel, diretor de tratamento da informação do Sistema de Bibliotecas da Unicamp (SBU). Eliel participou nesta quinta-feira (8), no Centro de Convenções, do Fórum Permanente de Ciência e Tecnologia que discutiu o tema.

Ele sustenta que nenhuma biblioteca brasileira implantou, por enquanto, esse novo sistema de catalogação. Nesse sentido, a Unicamp é pioneira, tanto por liderar as discussões, como por preparar o seu sistema de biblioteca para o novo código, conclui. “Este Fórum visa não só iniciar uma discussão dentro da Unicamp para implementação dessa nova norma, como também discutir o assunto juntos aos bibliotecários em âmbito nacional para que possamos criar um grupo e futuramente implantar isso no Brasil”, confia.

Valéria Martins: estudo sobre formatos de organização do conhecimento será desafio da ciência da informação para o futuro“Não é algo simples de se fazer, exige muitas mudanças não somente em sistema, mas até mesmo na forma como os profissionais vão lidar com isso. Seria uma mudança quase que cultural para termos esse sistema funcionando. Ele vem para ser uma norma facilitadora”, responde Eliel, quando questionado sobre a expectativa de data para implementação do novo sistema na Unicamp.

O RDA substituirá a segunda edição do Código de Catalogação Anglo-Americano (AACR2). Além de fornecer orientações sobre como catalogar recursos digitais e auxiliar os usuários para encontrar, identificar, selecionar e obter a informação desejada, o RDA também contribui para o agrupamento de registros bibliográficos, mostrando a relação entre as obras e seus criadores.

Fórum reuniu bibliotecários de todo o Estado, além de profissionais da área de informática, linguística e ciência da informaçãoPara Valéria Martins, coordenadora-associada do SBU, a nova norma de catalogação está sendo discutida em âmbito internacional. “Os estudos e metodologias para os formatos de organização do conhecimento, pressionados pelas tecnologias do conhecimento, serão um dos grandes desafios da área da ciência da informação para o futuro”, considerou, durante a abertura do evento.

Sistematizado pela Coordenadoria Geral da Universidade (CGU), o Fórum Permanente reuniu, no auditório do Centro de Convenções praticamente ocupado, bibliotecários de todo o Estado, de universidades públicas e prefeituras, além de profissionais da área de informática, linguística e ciência da informação.

A assessora da CGU, Carmen Zink Bolonhini, saudou os presentes, em sua maioria de fora da Unicamp, e salientou que “os Fóruns Permanentes têm, justamente a função de possibilitar o intercâmbio de experiências e conhecimentos entre a Unicamp e a comunidade externa”. “Nesse sentido esse Fórum foi um grande sucesso porque a comunidade externa está presente em massa”, completou.